17 de Maio de 2015 por Renato Campos
Tudo começou fora de quadra. O ex-dono do New Orleans Hornets, e ex-comissário da NBA, David Stern, vetou uma troca que levaria o jovem armador Chris Paul para o Lakers. De lá pra cá, as coisas foram morro abaixo. A carreira de Lamar Odom acabou, Phil Jackson se aposentou, Kobe teve várias contusões, Gasol encontrou um novo time e as contratações de Howard e Nash não tiveram o resultado esperado.
Mas como dizem, o mundo dá voltas. No próximo dia 19 de maio, a sorte do Lakers será literalmente lançada. A loteria do Draft da NBA acontece cheia de expectativas. O Lakers deverá ter uma escolha dentro das cinco primeiras com 12 por cento de chance de conseguir a primeira posição. Em caso de pouca sorte, o time conseguirá no mínimo a sexta ou sétima escolha. O maior problema neste caso, é que o Lakers teria que transferir sua escolha para o Sixers como resultado da negociação do Steve Nash a três anos atrás. O sucesso do Lakers no Draft, ainda tem seus riscos.
Como Mitch Kupchak e a diretoria devem proceder para montar um time forte para a próxima temporada? Temos pela frente dois cenários: O Lakers mantém sua escolha, ou vai atrás de veteranos.
Cenário 1: Renovando com escolhas do Draft
Vamos começar analisando o time de maior sucesso na atual temporada. O Golden State Warriors tem um elenco com jogadores como Stephen Curry, Klay Thompson, Draymond Green e Harrison Barnes que foram escolhidos através do Draft. O mesmo acontece com o Chicago Bulls, que além de Derrick Rose, conseguiu na loteria Joakim Noah, Jimmy Butler, Nikola Mirotic e Taj Gibson. Grande parte do sucesso do Hawks vem da dupla Al Horord e Jeff Teague que também foram draftados pelo time. E talvez o maior exemplo seja o Spurs, que conta hoje com seus maiores jogadores selecionados nos Drafts: Tim Duncan, Kawhi Leonard, Tony Parker e Manu Ginobili.
Maiores canditados a título tem jogadores draftados abaixo da 27ª escolha
O Lakers já começou a fazer este trabalho no ano passado adicionando ao elenco Jordan Clarkson, que provou ter potencial, e Julius Randle que fatídicamente sofreu uma contusão em seu primeiro jogo mas promete bastante. Ao lado destes dois jovens talentos, o Lakers terá nesta temporda uma possível escolha dentro das cinco primeiras, mais a 27ª escolha (do Rockets) e ainda a 34ª. Enquanto escolhas dentro das 10 primeiras chamem mais atenção, lembre-se que os maiores candidatos a títulos na última decada tiveram escolhas a partir da 27ª pra baixo: Parker, Ginobili, Mirotic, Gibson, Green e Butler.
Na história da franquia, o Lakers raramente fez suas reconstruções em escolhas de Draft. Magic Johnson, Byron Scott e James Worthy foram escolhidos na loteria, mas a base dos anos 80 foi contruida também pelas trocas feitas por Kareem Abdul-Jabbar. Kobe e Fisher também vieram pelo Draft, mas Shaq, Fox e Horry não. E o mesmo pode ser dado como exemplo com as contratações de Pau Gasol, Ron Artest e Trevor Ariza.
Lakers tem 3 escolhas dentro das 34 primeiras. O que não acontece desde 1979
Apesar do histórico de Draft não ser algo rotineiro para o Lakers, ter 3 escolhas dentro das 34 primeiras, também não é. Tal fato não acontece desde o Draft de 1979 quando o Lakers escolheu Magic Johnson (1ª), Brad Holland (14ª) e Oliver Mack (25ª). Com estas opções na manga, a diretoria há de convir que pode sim sair muito bem da loteria com a base do futuro do time montada. O Lakers de hoje é tão carente em todas as suas posições, que mesmo com várias contratações no período de agentes livres, não seria suficiente. Mas adicionado a alguma boa contratação, e novos talentos, o time em dois meses teria o elenco ideal para um recomeço.
Cenário 2: Trocar escolhas por bons veteranos
Você trocaria Julius Randle e uma escolha de top-5 por DeMarcus Cousins? Que tal Jordan Clarkson por Deron Williams? Ou qualquer um dos dois por Kyle Korver ou DeMar DeRozan?
Dentro da previsão de escolha, o Lakers terá um jogador de peso para qualquer franquia na NBA. Sem dúvida, negociações poderiam ser feitas com estas peças. Desde sempre, a diretoria valorizou a flexibilidade em suas ações. E finalmente o Lakers a tem de volta. Com a posse de três boas escolhas, jogadores jovens, e a opção de um ano em manter Jordan Hill com salário de U$ 9 milhões, Jim Buss e Mitch Kupchak tem uma oportunidade única de ter um grande veterano no time como há muito tempo não conseguem.
Paciência nunca foi uma palavra muito valorizada no Lakers e dois anos fora dos playoffs, é um motivo e tanto para manter a escrita. Manter jovens jogadores leva tempo para voltar ao topo da liga. Mas e se você trata esses bons jovens como moeda de troca? Talvez o objetivo da diretoria seja alcançado em muito menos tempo. E são essas as opções que o Lakers terá quando Junho chegar.
Começar a base de um novo time com jovens talentos ou contratar bons veteranos? O futuro da franquia está em jogo. E a hora é agora.
E você, para que lado acredita ser a melhor opção para a reconstrução do Lakers?
